Entre as abordagens teóricas que estudam e discutem a saúde no contexto organizacional destacam-se: a medicina do trabalho, psicologia social, do trabalho e organizacional, a ergonomia e a psicodinâmica. Entre os estudos a cerca da saúde do trabalhador os principais indicadores de saúde são: prazer, satisfação e bem-estar; enquanto os principais indicadores de adoecimento estão: o sofrimento, o estresse e o burn-out.
Os estudos apontam para uma multiplicidade de fatores e relações causadores do processo de saúde/adoecimento do trabalhador e as mais recentes pesquisas visam quebrar com as dicotomias e análises de redutivas de causa e efeito. Também apontam os aspectos construtivos do ambiente laboral, mas sem ignorar o contexto patológico. Também são abordadas duas doenças ocupacionais que vem crescendo muito em todos os ambientes de trabalho: os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs) e a depressão.
O trabalho cada vez mais desempenha um papel fundamental na vida do indivíduo, constitui sua identidade e é fonte de realização, mas também pode ser fonte do adoecimento da pessoa desde os “workaholics” até a questão do desemprego. Sob o ponto de vista psicopatológico o trabalho pode ser um fator causador ou desencadeador de doenças psíquicas, constantemente chamadas de doenças ocupacionais. Enquanto efeito causador seja por condições de trabalhos inadequadas ou outros fatores a patologia e angústia do sujeito cessam quando transformadas as condições do trabalho. Como fator desencadeante o trabalho apenas funciona como gatilho de uma condição do sujeito como falta de amadurecimento emocional, dificuldades de relacionamento ou predisposição a certos tipos de adoecimento, e nesse caso não basta transformar as condições de trabalho.
A saúde no ambiente do trabalho é predominante e os indicadores dela devem ser valorizados nos estudos e culturas organizacionais para que a saúde do trabalhador seja estimulada e cultivada de uma maneira preventiva, otimizando assim a qualidade dos serviços, produtos e de vida dos colaboradores de uma organização. Isso não significa banalizar as doenças ocupacionais que, geralmente, são distúrbios biopsicossociais, por isso é importante estudar e detectar os núcleos patológicos para integrar ações preventivas com tratamento e diagnóstico clínico o mais cedo possível visando assim não contaminar o contexto organizacional.
Referência: "Capítulo 2: Trabalho e saúde no contexto organizacional: Vicissitudes teóricas (Ana Magnólia Mendes e Roberto Moraes Cruz)"
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